Justiça de Transição: remodelando práticas do Estado para o Bem Viver
“Se alguém me contasse que aqui em Roraima tinha pessoas sendo tratadas da forma desumana, como eu vi o povo Yanomami sendo tratado aqui, eu não acreditaria. É desumano o que eu vi aqui”.
21/01/2023 – Presidente Luis Inácio Lula da Silva em entrevista coletiva junto a 8 ministros e ministras durante visita a Roraima para organizar ação humanitária em território Yanomami.
Iniciamos 2023 com mais um momento de denúncia gravíssima das condições de saúde nas aldeias Yanomami em decorrência da invasão de seu território, conforme reportagem publicada pela plataforma de jornalismo Sumaúma. Toda vez que uma denúncia grave consegue furar o escudo da invisibilidade de crimes praticados contra indígenas, um ciclo de esbulho territorial e ataques a esses povos se fecha, abrindo um novo ciclo de repetição, em uma permanência de ações do Estado brasileiro, cuja prática, por meio de suas decisões oficiais, omissões deliberadas e estímulo a terceiros, se repete e promove a ocorrência de graves violações de direitos humanos contra o Povo Yanomami, há mais de 50 anos, em busca das riquezas de seu território, em um crime de lesa-humanidade continuado por décadas.
Assim o foi ao longo da história, onde uma forma de agir repetitiva, após graves denúncias estourarem, aponta para um mecanismo, que vem sendo seguido à risca pelos governos de plantão, um após o outro, desde a ditadura militar, como se aplicada uma cartilha para esse tipo de situação. Será diferente desta vez?
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Marcelo Zelic é membro da Comissão Justiça e Paz de São Paulo e coordenador do Armazém Memória. Foi um dos responsáveis pela inclusão do estudo de graves violações de direitos humanos contra os povos indígenas na Comissão Nacional da Verdade. Colaborou neste artigo a historiadora Ana Catarina Zema.